Quando um bebê nasce, a primeira coisa que esperamos ouvir dele é seu choro. No parto do terceiro filho de Maria, porém, o silêncio fora absoluto. - Ele está bem? - perguntara Maria, ofegante, à parteira. - Só... só um instantinho - dissera a parteira, levando o bebê até a janela. Em vinte anos de profissão, Dona Lucia nunca fizera um parto fracassado; olhando para o céu, ela rezava para que aquele não fosse o primeiro. - Me dê meu bebê! - exclamara Maria do outro lado do quarto, seus cabelos louros grudados no suor de sua testa, resultado de horas de trabalho de parto. Lucia andara hesitante pelo cômodo, mas realizara o desejo de sua cliente e amiga. Ao pegar o filho nos braços, Maria abrira um grande sorriso. - Veja só como ele respira bonito! - balbuciara a mãe. - E esse olhos?! Azuis como o do pai! Ah, como estou feliz... O bebê nascera morto. E nunca abrira suas pálpebras. 5 anos depois Marcelinho tinha muitos amigos na sua sala da primeira série....