Sabe, inúmeras vezes durante minhas ocasionais caminhadas noturnas, me peguei pensando nos túmulos sob meus pés. Nas coisas que fiz com eles. Pensar é a única coisa que posso fazer, já que seja homem, mulher ou criança, ninguém é muito chegado a conversa post-mortem. Acho que por isso dizem que os mortos não contam histórias. De fato talvez não contem, mas de tempos em tempos, quando eu encosto meu ouvido na deliciosamente áspera superfície de um crânio, eu ouço sussurros. Ouço choros, gritos, músicas e risadas. Os ossos sem nome me sussurram as coisas mais singelas e mais assustadoras, coisas que eles viram, ouviram ou sentiram no tutano mais íntimo de suas estruturas. Então a iluminação divina me atingiu, e assim tive a ideia de fazer este lugar em um prisma pelo qual esses sussurros podem ser transcritos claramente, um canto especial para estes sons dos crânios sem nome, estes contos anônimos de variada veracidade (os vivos mentem, por quê não os mortos?). Sendo assim, ...